Renato Maurício Prado, em sua coluna no jornal O Globo - Tenho 34 anos de jornalismo e, confesso, nunca vi um mico de tamanha magnitude. Um vexame tão colossal que, como bem comentou Juca Kfouri, no nosso papo no CBN Esporte Clube de hoje, quase dá pra dizer que "melhor teria sido se o Internacional nem tivesse conquistado a Libertadores".
Exceção feita àquele bizarra edição do Mundial em 2000, no Brasil (vencido pelo Corinthians, na decisão por pênaltis, contra o Vasco, no Maracanã), pela primeira vez na história, o título interclubes não será decidido entre o campeão europeu e o campeão sul-americano. E o Inter acabou sendo o autor de tão inesperada (e vergonhosa) façanha.
É impossível deixar de reconhecer algum mérito no Mazembe (que, afinal, eliminou o mexicano Pachuca e o nosso Colorado) mas, ainda assim, a decepção com o supreendente e rotundo fracasso brasileiro é gigantesca.
Em sua partida de estréia em Abu Dhabi, o Internacional foi um fiasco do primeiro ao último minuto. Dominou praticamente o jogo todo - e nem poderia ser diferente - mas foi de incompetência ímpar, na hora de concluir. Prova disso que o exótico arqueiro Kidiaba poucas defesas importantes precisou realizar - e até nestas, praticamente se limitou a espalmar bolas chutadas em cima dele.
Em contra-partida, os congoleses sempre que se arriscavam nos contra-ataques, levavam algum perigo à baliza defendida por Renan - que além dos gols sofridos, teve que se virar em pelo menos três outros lances.
Talento ou tática especial dos africanos´? Nem tanto. A defesa gaúcha é que jogava em linha e praticamente sem a proteção dos volantes - que se mandavam para o ataque, no afã de marcar o gol que não saía.
Ora, se a idéia era sufocar o adversário (e nem se pode condenar Celso Roth por isso), por que, então, não começar logo com o artilheiro Giuliano, herói maior dos momentos decisivos na Libertadores? Aí, sim, creio, o técnico cometeu um erro grave.
Como também falhou em não ter soluções táticas ou de jogadas ensaiadas, para furar uma retranca que nem foi tão feroz assim. Na verdade, após um início enganosamente animador (os dez primeiros minutos), o Inter se fartou de alçar bolas sobre a área e arriscar chutes de longe, completamente sem direção.
Rafael Sóbis desperdiçou pelo menos duas grandes oportunidades por puro preciosismo (quis deslocar o goleiro, com toques sutis, ao invés de chutar forte) e o argentino D"Alessandro, de quem se esperava tanto, praticamente sumiu em campo, só aparecendo para, tal qual Sóbis, desperdiçar uma boa chance com um peteleco dentro da área.
Não era mesmo dia do Inter que, na verdade, nunca chegou a empolgar este ano - foi se classificando na bacia das almas até à semifinal da Libertadores (ainda sob o comando de Jorge Fossatti) e só brilhou nas duas últimas e decisivas rodadas - diante do São Paulo e do mexicano Chivas. É bom lembrar ainda que perdeu o Campeonato Gaúcho (para o Grêmio de Silas!) e teve participação irregular no Brasileiro (sob a desculpa de que inicialmente focava a Libertadores e posteriormente o Mundial Interclubes).
No final das contas, o ano que parecia ter grandes possibilidades de ser glorioso acaba entrando na história do clube (e do futebol) como aquele em que o Internacional pagou um autêntico King Kong interplanetário. Um vexame de proporções tsunâmicas. Que se torna ainda maior quando se lembra que o novamente presidente Fernando Carvalho reassumiu o cargo falando já na campanha do tri (mundial).
Como bem costuma dizer, Muricy Ramalho, referindo-se aos boquirrotos e àqueles que acham que ganham de véspera, "a bola pune"... E que punição, desta vez!
Um comentário:
So assim mesmo para assumir o coração Gremista!
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