quarta-feira, 30 de abril de 2008

O verdadeiro padre voador

Bartholomeu Lourenço de Gusmão, SJ (Santos, 1685 - Toledo, 1724) era um sacerdote jesuíta, cientista e inventor brasileiro, que ficou famoso por ter inventado o primeiro aeróstato operacional. Em 1708 passou a trabalhar no projeto de um aparelho "mais-leve-que-o-ar" e entregou a D. João V a petição de privilégio sobre o seu "instrumento de andar pelo ar", que lhe foi concedida em abril de 1709, juntamente com uma boa soma em dinheiro. Com isso, Gusmão passou a se dedicar inteiramente ao seu projeto, que era uma espécie de balão, a que chamou de "Passarola". Quatro meses depois, perante a corte portuguesa, o padre realizou a primeira demonstração. O balão pegou fogo sem sair do solo mas, numa segunda tentativa, elevou-se a 4 metros. Tratava-se de um pequeno balão de papel pardo grosso, cheio de ar quente, produzido pelo "fogo material contido numa tigela de barro incrustada na base de um tabuleiro de madeira encerada". Com receio que pegasse fogo nos cortinados, dois criados destruíram o balão, mas a experiência tinha sido coroada de êxito. O fato é confirmado em depoimento do então núncio apostólico em Lisboa (futuro papa Inocêncio XIII), que se referiu ao risco de incêndio. Finalmente, na terceira tentativa, o Passarola voou diante do rei e da rainha, da Casa da Índia até o Terreiro do Paço, em 8 de agosto de 1709. A partir de então, famoso, o religioso brasileiro passou a ser chamado de "padre voador". Gusmão foi o primeiro, em toda a história da aeronáutica, a construir um balão que subiu livremente na atmosfera. Na foto, o monumento a Bartolomeu de Gusmão, na Praça Rui Barbosa, em Santos, SP (fonte: Wikipedia).

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