segunda-feira, 22 de junho de 2009

A história do fim do Palácio Monroe

No post mais embaixo, que remete para o voo do Roberto Carlos sobre a cidade em 1967, há uma heresia histórica logo contestada pelo meu amigo Alberto P: totalmente equivocada a afirmação de que o antigo Senado Federal havia sido demolido para a passagem do Metrô. Pelo contrário, o Metrô gastou muita grana para mexer no traçado da Linha Um a fim de poupar o Palácio, como pode ser visto na foto ao lado. Me penitencio e coloco a transcrição abaixo, um corte-cola do blog "O Diário do Rio de Janeiro" (toda a história, desde a construção, no início do século passado, pode ser acessada pelo link ao final):
"Aqui começa a ser analisado o processo de demolição do Palácio Monroe e uma historia que perdura por muitos anos vai ser aqui jogada por terra… O sonho de haver um sistema metroviário no Rio é antigo, porém só em 1966 é que se abriu uma frente de estudos para a inicialização da viabilidade das obras. A Companhia do Metropolitano do Rio de Janeiro então foi criada em 1968. O primeiro canteiro de obras se deu na Gloria em 1970, mas as obras ficaram paralisadas entre 1971 e 1974. Em 1975 as obras foram retomadas e seguiram em direção ao Centro da Cidade. A estação seguinte a da Gloria seria a Estação Cinelândia. No meio do traçado dos trilhos estava o Palácio Monroe. O que fazer? O intuito do Metrô sempre foi preservar prédios de importância histórica que estivessem próximos ao traçado dos trilhos, como o Teatro Municipal e a Câmara de Vereadores, mas o Monroe estava bem no meio do traçado. A solução foi fazer uma modificação no traçado original da linha. Um desvio que passaria ao lado do Monroe, para que fosse poupada a sua demolição. Decidida essa etapa e estudada a obra, pôs-se em pratica a construção do desvio. Por causa do terreno e da proximidade das fundações do Monroe foi empregada uma moderna tecnologia para que tudo corresse bem. O escoramento do terreno foi feito com cuidado para que não houvesse perigo dele ceder e por em risco o Monroe. As fundações do Palácio eram verificadas duas vezes ao dia. As obras continuavam e o tombamento do Monroe (pedido em 1970) não saía. No entando continuava uma batalha para a sua preservação. A escadaria de mármore da entrada do Palácio foi desmontada por uma equipe de técnicos vinda especialmente da Itália. A retirada da escada era necessária, pois coincidia com as paredes da vala a ser aberta. A escadaria foi desmontada cuidadosamente e guardada no interior do Palácio. A escavação da vala, colocação das contenções necessárias, entre outras medidas, resultaram no sucesso da operação e no final o Palácio não havia sido abalado em nada. A feitura de tal empreitada e seu sucesso foram alvo de matérias em revistas especializadas. Da parte do Metrô o Monroe estava salvo. No entanto, aproveitando-se da sua obra, o Presidente da Republica Ernesto Geisel, autorizou o Patrimônio da União a providenciar sua demolição em 1976. A obra, os esforços, haviam sido em vão, para a frustração e tristeza daqueles que preservaram o Monroe e que tiveram um exaustivo trabalho que foi completamente ignorado e também para a tristeza de muitos que viram ruir um pedaço da historia da cidade e da historia do Brasil. Trabalho esse que é ignorado por muitos cariocas e inclusive jornalistas, que no mínimo deveriam ter a obrigação de saber que o Monroe foi poupado pelo progresso, mas que continuam insistindo em publicar a historia que o Metrô foi o culpado pela demolição do Palácio. Então toda vez que você estiver chegando ou saindo da Estação Cinelândia (em direção à Zona Sul) preste atenção na ligeira curva que o trem faz e lembre-se dessa frase publicada num manifesto contra a demolição: “… restará aos usuários do Metrô perceberem que, onde foi o Monroe, haverá uma misteriosa curva…”.
http://diariodorio.com/a-histria-do-palcio-monroe-e-de-sua-destruio/

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