domingo, 3 de janeiro de 2010

Cuidado na hora de escolher o nome

Os magos do marketing automotivo usam todos os argumentos para nos vender os seus produtos. Há pequenos pormenores que podem fazer a diferença e levar o consumidor a optar por esta ou aquela marca ou modelo. Por exemplo, a opinião dos filhos é determinante na atitude de comprar. Mas existem outros fatores importantes na decisão: o nome do modelo é um deles e deve transmitir subliminarmente um conceito, um ideal, uma imagem que deverá cativar a preferência do público-alvo. Um bom exemplo é Porsche Carrera. Não necessita de explicações. Mas há também os maus exemplos, nomes tão infelizes que tiveram de ser alterados em alguns países porque significam obscenidades.
Os famosos Opel Ascona alemães, que tanto sucesso obtiveram em provas de rally, embaraçaram frequentemente os seus proprietários portugueses e espanhóis na hora de dizerem o nome do modelo do seu automóvel. Supomos que na Alemanha os responsáveis pelo batismo deviam ignorar as conotações genitais da palavra e um paliativo foi adotar na Península Ibérica o nome de Opel 1604...
É de salientar que os alemães têm uma especial tendência para escolher nomes infelizes. Essa precaução evitaria que aparecessem modelos como o Mercedes Vito, que em sueco se refere aos órgãos genitais femininos. Tal como este modelo e o da Opel, também o Honda Fitta foi batizado com a mesma palavra que é usada na Noruega para indicar a genitália feminina. É definitivamente uma obsessão. Mas os astutos japoneses não caíram no mesmo erro dos fabricantes alemães e o automóvel na Europa é comercializado com o pacífico nome de Jazz.
Sem fugir das zonas genitais mas, desta vez, no masculino, passamos ao Toyota Carina. Desta vez a tradicional astúcia oriental foi fintada, uma vez que karina em croata significa literalmente um pênis enorme. E que diria o respeitável proprietário de um Buick LaCrosse se soubesse que o nome do modelo significa em francês "masturbação"? O que vale é que os americanos são fracos em línguas... mas também os japoneses. Pajero, um dos modelos mais célebres da Mitsubishi, significa "masturbação", mas em espanhol, o que fez com que naquele país e na América Latina de língua espanhola o nome fosse mudado para Montero, o que também não é grande coisa.
Para o fim ficou o mais infeliz de todos, o campeão do mau gosto: o Mazda LaPuta. Sabe-se que o nome deriva, na verdade, do livro As viagens de Gulliver, de Jonathan Swift, mas vão lá explicar isso a um latino...

(publicado em Obvious)

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