A crise americana em português "brasileiríssimo"! Para quem não entendeu ou não sabe bem o que é ou o que gerou a crise americana, segue breve relato econômico para leigo entender. É assim: O 'seu' Biu tem um bar, na Vila Carrapato, e decide que vai vender cachaça "na caderneta" aos seus leais fregueses, todos bêbados, quase todos desempregados. Dado que ele decidiu vender a crédito, ele pôde aumentar um pouquinho o preço da dose da branquinha (a diferença é o sobrepreço que os pinguços pagam pelo crédito). O gerente do banco do 'seu' Biu, um ousado administrador formado em curso de emibiêi, decide que as cadernetas das dívidas do bar constituem, afinal, um ativo recebível, e começa a adiantar dinheiro ao estabelecimento tendo o pindura dos pinguços como garantia. Uns seis zécutivos financeiros, mais adiante, lastreiam os tais recebíveis do banco, e os transformam em CCBs, CDBs , CCDs, UTIs, OVNIs, SOS ou qualquer outro acrônimo financeiro que o povão não sabe exatamente o que quer dizer. Esses instrumentos financeiros adicionais alavancam o mercado de capitais e conduzem a operações estruturadas de derivativos nas bolsas, cujo lastro inicial todo mundo desconhece (as tais cadernetas do 'seu' Biu). Esses derivativos estão sendo negociados como se fossem títulos sérios, com fortes garantias reais, nos mercados de 73 países. Até que alguém descobre que os bebuns da Vila Carrapato não têm dinheiro para pagar as contas, e o Bar do 'seu' Biu vai à falência. E toda a cadeia sifu (colaboração da Maria Lucia W.)
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