quarta-feira, 14 de julho de 2010

Remorso de gaúcho

Um gaúcho entra na delegacia de polícia de Uruguaiana e dirige-se ao delegado: -‘Vim me entregar, cometi um crime e desde então não consigo viver em paz. –‘Mas bah tchê - disse o delegado -, as leis aqui são muito brabas e são cumpridas e se tu és mesmo o culpado não terás apelação nem dor de consciência que te livre da cadeia, mas fala... –‘Atropelei um argentino na BR-472, perto de Itaqui. –‘Ora xiru, como tu podes te culpar se estes argentinos atravessam as ruas e as estradas a toda hora? –‘Mas o vivente estava no acostamento. –‘Se estava no acostamento é porque queria atravessar, se não fosse tu seria outro qualquer. –‘Mas não tive nem a hombridade de avisar a família daquele cuera, sou um porqueira! –‘Bueno, se tu tivesses avisado haveria manifestação, repúdio popular, passeata, repressão, pancadaria e morreria muito mais gente, acho que tu és um pacifista, mereces uma estátua. –‘Mas doutor delegado, eu enterrei o pobre homem ali mesmo, na beira da estrada. –‘Tá provado, tu és um grande humanista... enterrar um argentino... és um benfeitor, outro qualquer o teria abandonado ali mesmo para ser comido por urubus e outros animais, provavelmente até hienas. –‘Mas enquanto eu o enterrava, ele gritava : -‘Estoy vivo, estoy vivo! –‘Garanto que era mentira dele, esses argentinos mentem muito! (colaboração de Paula C.K.P)

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