quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

O verdadeiro pai do Fusca

Ferdinand Porsche está mal na fita. O verdadeiro precursor do Volkswagen, o nosso conhecido Fusca, é o Maikäfer (besouro, em alemão), que foi uma das criações do engenheiro e jornalista especializado alemão Josef Ganz. Técnico brilhante e crítico mordaz, Ganz foi editor da revista alemã Motor-Kritik e ferrenho defensor, desde os anos 20, de um carro com motor traseiro, refrigerado a ar, com suspensão independente, semieixos traseiros oscilantes e de baixo custo. Aliás, Volkswagen (carro do povo) era um conceito, um nome genérico e não uma marca. Ocorre que Josef Ganz era de origem judaica e depois de muitas perseguições políticas e de ser proibido de escrever, precisou refugiar-se na Suíça. Hitler queria um carro com os mesmos atributos preconizados por Ganz, mas escolheu Ferdinand Porsche para desenvolver o seu besouro. O primeiro protótipo do Fusca foi apresentado em 1938 e foi criada uma fábrica especialmente para ele. Quem resgatou essa história foi o jornalista holandês Pauls Schilperoord, autor do livro (capa acima) “A verdadeira história do Fusca - Como Hitler se apropriou da invenção de um gênio judeu” (“Het Ware Verhaal van de Kever”).
Josef Ganz foi responsavel pelos projetos do Bungartz Butz, bem como do Standard Superior. Este último (nas imagens acima), foi o primeiro carro, onde a expressão “Volkswagen” teve o seu batismo. Era equipado com motor bicilindrico “dois tempos” refrigerado a água, com opção de 400cc/12 hp, ou 500cc/16 hp, localizado tambem na traseira, em conjunto com o câmbio. O chassis utilizava o sistema já em voga na Tatra, com uso de um tubo central, onde era soldada a plataforma e suspensões. As dimensões gerais do carro eram de 3,30 m.x 1,40 m, com distancia entre eixos de 2,00 m. Utilizava pneus aro 26 x 3,5. Apesar do contido peso de apenas 490 kg., conseguia a proeza de carregar 2 passageiros adultos e 2 crianças, padrão mínimo e altamente aceitável para a época. Suas linhas eram extremamente aerodinâmicas, sendo contemporâneas às do famoso Chrysler Airflow.
Depois do auto-exílio na Suíça, Ganz foi para a Austrália, onde exerceu atividades na Holden (montadora local da General Motors). Morreu incógnito em 1967. (Fontes: caderno Motor do jornal Cruzeiro do Sul, G1 da Globo e outras da internet).

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