É preocupante ver a reativação da IV Frota da Marinha americana, que reapareceu na terça-feira nas águas da América Latina - quase 60 anos após ter sido desativada - encarregada de patrulhar os mares latino-americanos justamente em meio às descobertas de imensas reservas de petróleo na costa brasileira. As reservas americanas do óleo estão no fim, devendo durar cerca de quatro ou cinco anos, caso sejam utilizadas. Além disso, temos a Amazônia, o aquífero guarani e enormes áreas agriculturáveis. Ou seja, se já não somos, logo seremos o alvo principal da cobiça americana - e não temos a menor condição de defesa no caso de uma invasão direta. Porque invasões indiretas nunca deixaram de ocorrer, a mais descarada delas na participação do governo americano na deposição do então presidente brasileiro João Goulart, em 1964. A IV Frota, criada em 1943, diante da ameaça nazista, para patrulhar submarinos nazistas nas águas da região da América Latina, foi desativada em 1950 por ser considerada desnecessária.
Agora ela terá sob sua responsabilidade mais de 30 países do continente, cobrindo 15,6 milhões de milhas quadradas nas águas adjacentes das Américas Central e do Sul, o mar do Caribe e suas doze ilhas, México e os territórios europeus neste lado do Atlântico. A Frota tem dez porta-aviões do tipo Nimitz, com capacidade de deslocamento de 101 mil a 104 mil toneladas de carga, incluindo 90 aviões de guerra e dois reatores nucleares. O último deles leva o nome de George H.W. Bush. Os Estados Unidos já contam com as frotas II, III, V, VI e VII dispersadas no Atlântico Ocidental, Pacífico Oriental, Oriente Médio, Mediterrâneo, Atlântico Oriental e o Pacífico Ocidental. Faltava apenas a IV Frota para custodiar todos os mares do planeta. Porta-vozes militares americanos afirmam que a reativação da IV Frota não significa uma mudança de estratégia do país. Segundo os Estados Unidos, trata-se de um ajuste operacional sem intenções agressivas, para melhorar a capacidade operacional no combate ao narcotráfico, manejo de desastres naturais e trabalhos de cooperação. Eu heim? Itamarati, fique de olhos bem abertos!
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