Fui ver "Quantum of Solace", o novo filme do James Bond, continuação direta de "Cassino Royale". Muita ação pelo mundo, Itália, Áustria, Caribe, fuga de fusquinha na Bolívia (mas o deserto boliviano é fake, na verdade a filmagem foi no deserto de Atacama, no Chile). O Bond atual continua sem aqueles gadgets tradicionais do MI-6 e o Aston Martin de sempre ele destrói na seqüência inicial. O único aparelhinho 'bondiano' é o celular Titanium Silver C902 Cyber-shot que, é claro, será vendido ao público em quantidade limitada... Bem, não é de hoje que o agente secreto é patrocinado pela Sony Ericsson. O filme tem um pequeno problema: existem referências ao anterior mas sem flash backs, o que de certa forma dificulta o melhor entendimento. A história se garante por si só, mas é interessante rever "Cassino Royale" antes de assistir "Quantum of Solace" (coisa que não fiz): o nosso herói parte para a vingança do assassinato de Vésper e isso pontua o filme inteiro. Ao contrário da personagem interpretada especialmente por Sean Connery, Daniel Craig monta um espião sem charme, mas real, eficiente e encucado (M que o diga): mudou de drinque, usou smoking apenas uma vez, passou batido pela Bond-girl (a ucraniana Olga Kurilenko, do episódio "Vampiro", de "Paris, Eu te Amo", 2007) e em nenhum momento diz a fala clássica "Bond, James Bond". Está mais para o Jason Bourne ("Identidade", "Supremacia" e "Ultimato") interpretado pelo Matt Damon (dizem que em 2010 virá o quarto filme).
O outro problema do filme é específico para brasileiros e a produção não poderia imaginar: o vilão é interpretado por Mathieu Amalric (de "O Escafandro e a Borboleta", 2007) e o sujeito é a cara do Pedro Cardoso (de "A Grande Família"). Não dá pra dissociar o tempo todo das palhaçadas do Augustinho. Logo no homem mau... Mas o filme é bom e a série está longe de acabar, até porque arrumaram em Londres um escritor para continuar a saga criada pelo Ian Fleming.
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