Na semana passada, o TRF da 2ª Região, deliberando sobre o último recurso do processo criminal, negou o pedido de habeas-corpus apresentado por Eurico Miranda, presidente interino do Clube de Regatas Vasco da Gama. De acordo com informações do processo, durante a CPI do futebol Eurico opôs resistência ao cumprimento de ordem judicial que determinava a busca e apreensão de documentos contábeis em São Januário. Ele ameaçou um oficial de justiça e determinou o desligamento das luzes do clube, deixando os responsáveis pela diligência na escuridão, além de também ter-se recusado a assinar o lacre do material apreendido. O habeas pretendia suspender a execução das duas penas restritivas de direito a que o cartola vascaíno foi condenado, em julho de 2004, pela juíza Valéria Caldi Magalhães, da 8ª Vara Federal Criminal: o pagamento de 360 salários mínimos (R$ 151.200) e a prestação de serviços à comunidade por 18 meses, em instituições de portadores de deficiências mentais ou físicas. Na sua decisão, a juíza escreveu: "(...) No caso em tela, verifica-se que a tônica da conduta do réu está no desprezo pelos poderes públicos constituídos, mostrando-se, portanto, como recomendáveis penas nas quais venha a exercitar a humildade, a disciplina, a paciência e a solidariedade. Penas deste tipo, além do mais, revertem em benefícios para a sociedade, colaborando para a prevenção geral do crime e para a diminuição da sensação de impunidade que impera no país. (...)" Até aí, tudo muito bom, tudo muito bem. O problema é que a doutora juíza indicou as instituições onde Eurico Miranda deverá cumprir a pena, em duas ou três vezes na semana: ABBR, APAE, Hospital Pinel e Colônia Juliano Moreira. Pergunta-se: o que de errado fizeram estas instituições para ter que conviver com Eurico Miranda durante um ano e meio? Entrevistada pelo JB, Maria Regina de Queiroz, diretora da APAE ressaltou: " - Seria necessário reunir o corpo técnico para saber em que atividades ele poderá vir a ser útil. Mas, por não ser especializado, só lhe caberia, no momento, trabalhar como faxineiro, arrumador de arquivo-morto ou boy. Para qualquer outra função é necessário especialização". Mas ela acha que dificilmente Eurico se encaixaria na instituição: " - Se ele não tem paciência com a Justiça, não vai ter com crianças deficientes". Concordo com a senhora, Dona Maria Regina, mas no seu lugar eu não me arriscaria a pegá-lo nem pra faxineiro! Com a fama que ele tem, desconfio que seria bem capaz de varrer toda a sujeira para debaixo do tapete... (fonte: Jornal do Brasil)
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