Em 01 de outubro de 1908 foi produzida a primeira unidade para venda daquele que seria o carro mais importante da história da indústria automobilística e um produto que marcaria para sempre a maneira como as coisas são produzidas: o Ford Modelo T.
Esse modelo é conhecido no Brasil por "Ford de Bigode": o acelerador ainda não era um pedal, mas uma alavanca junto ao volante, que formava par com outra, para ajustar o avanço da ignição; as duas alavancas, opostas, formavam a figura de um bigode e o apelido "pegou". Em 1919, quando a Ford se tornou o primeiro fabricante de automóveis no Brasil, com a produção do carro e do respectivo "caminhão", os modelos fabricados no País passaram a mostrar, no ornamento do capô, a figura de um bigode, abaixo do logotipo da Ford.
A importância do T para a indústria de modo geral, deve-se ao fato de que, em 1913, cinco anos após seu lançamento, Henry Ford mudou a forma como as coisas funcionavam em sua fábrica depois de ver o funcionamento de frigoríficos em Cincinnati e em Chicago, onde os bovinos eram levados por ganchos e esquartejados por açougueiros a medida que passavam por suas estações de trabalho (cada operário realizava apenas um manuseio ou corte em animais pendurados em infindáveis correias transportadoras). Também inspirado nos processos produtivos dos revólveres Colt e das máquinas de costura Singer, Ford adequou aquilo à produção de seus automóveis e convencionou-se dizer que ele é o inventor da linha de produção.
O Modelo T era totalmente de madeira. Colunas, chassi, assoalho, longarinas, laterais, tudo era coberto com chapas de aço. Até 1914, o T foi fabricado em uma série de cores de acordo com a preferência dos consumidores. Em 1915, para cortar custos, o T passou a ser produzido exclusivamente na cor preta, situação que perdurou até 1926. Desta época, ficou célebre uma frase de Henry Ford: "O carro é disponível em qualquer cor, contanto que seja preto". O objetivo era produzir um carro que qualquer um pudesse comprar, com preço baixo, fator que aumentou a demanda e fez com que no departamento de pintura da Ford não houvesse lugar para a secagem de tantos automóveis fabricados. Então a solução foi adotar a cor preta por possuir uma secagem mais rápida.
De 15.007.003 unidades produzidas entre 1908 e 1927, cerca de 12 milhões o foram na cor preta. Em 1908, quando teve sua primeira unidade vendida, o Ford T custava US$ 825. Em 1927 o preço era de US$ 290 (equivalente a US$ 3.191 atuais). O recorde de produção do T só foi batido em 1972, pelo Fusca.
Veja no YouTube um filme da época da introdução da linha de produção pela Ford, com a montagem do carro desde o início (a carroceria de madeira era feita manualmente) até a saída para o pátio e, depois, andando pelas "estradas" daqueles tempos. O vídeo inclui a montagem, anos depois, do número 15MM, que saiu para o pátio dirigido pelo próprio Henry Ford.
(colaboração do Alberto P.)
E aprenda como dirigir um deles...
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