Vladimir Maiakóvski (1893-1930), nascido na Geórgia, é considerado o maior poeta russo moderno, “aquele que mais completamente expressou, nas décadas em torno da Revolução de Outubro, os novos e contraditórios conteúdos do tempo e as novas formas que estes demandavam”. Suicidou-se com um tiro, em 14.abr.30, em Moscou. Ainda no início do século XX, ele escreveu:
Na primeira noite, eles se aproximam e colhem uma flor de nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem, pisam as flores, matam nosso cão.
E não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles, entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz e conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta.
E porque não dissemos nada,
Já não podemos dizer nada.
Estas palavras inspiraram outras:
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem, pisam as flores, matam nosso cão.
E não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles, entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz e conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta.
E porque não dissemos nada,
Já não podemos dizer nada.
Estas palavras inspiraram outras:
Primeiro levaram os negros. Mas não me importei com isso,
Eu não era negro.
Em seguida levaram alguns operários. Mas não me importei com isso,
Eu também não era operário.
Depois prenderam os miseráveis. Mas não me importei com isso,
Porque eu não sou miserável.
Depois agarraram uns desempregados. Mas como tenho meu emprego,
Também não me importei.
Agora estão me levando. Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém,
Ninguém se importa comigo.
Bertold Brecht (1898-1956)
Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu.
Como não sou judeu, não me incomodei.
No dia seguinte, vieram e levaram meu outro vizinho que era comunista.
Como não sou comunista, não me incomodei.
No terceiro dia vieram e levaram meu vizinho católico.
Como não sou católico, não me incomodei.
No quarto dia, vieram e me levaram.
Já não havia mais ninguém para reclamar...
Martin Niemöller, 1933 - símbolo da resistência aos nazistas.
Primeiro eles roubaram nos sinais, mas não fui eu a vítima,
Depois incendiaram os ônibus, mas eu não estava neles;
Depois fecharam ruas, onde não moro;
Fecharam então o portão da favela, que não habito;
Em seguida arrastaram até a morte uma criança, que não era meu filho...
Cláudio Humberto, jornalista brasileiro, em 09.fev.07
O que os outros disseram, foi depois de ler Maiakóvski. Incrível é que, passados mais de cem anos, ainda nos encontremos desamparados, inertes e submetidos aos caprichos da ruína moral dos poderes governantes, que vampirizam o erário, aniquilam as instituições e deixam aos cidadãos os ossos roídos e o direito ao silêncio. Porque a palavra… esta há muito se tornou inútil. (colaboração de Augusto T.P.)
Eu não era negro.
Em seguida levaram alguns operários. Mas não me importei com isso,
Eu também não era operário.
Depois prenderam os miseráveis. Mas não me importei com isso,
Porque eu não sou miserável.
Depois agarraram uns desempregados. Mas como tenho meu emprego,
Também não me importei.
Agora estão me levando. Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém,
Ninguém se importa comigo.
Bertold Brecht (1898-1956)
Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu.
Como não sou judeu, não me incomodei.
No dia seguinte, vieram e levaram meu outro vizinho que era comunista.
Como não sou comunista, não me incomodei.
No terceiro dia vieram e levaram meu vizinho católico.
Como não sou católico, não me incomodei.
No quarto dia, vieram e me levaram.
Já não havia mais ninguém para reclamar...
Martin Niemöller, 1933 - símbolo da resistência aos nazistas.
Primeiro eles roubaram nos sinais, mas não fui eu a vítima,
Depois incendiaram os ônibus, mas eu não estava neles;
Depois fecharam ruas, onde não moro;
Fecharam então o portão da favela, que não habito;
Em seguida arrastaram até a morte uma criança, que não era meu filho...
Cláudio Humberto, jornalista brasileiro, em 09.fev.07
O que os outros disseram, foi depois de ler Maiakóvski. Incrível é que, passados mais de cem anos, ainda nos encontremos desamparados, inertes e submetidos aos caprichos da ruína moral dos poderes governantes, que vampirizam o erário, aniquilam as instituições e deixam aos cidadãos os ossos roídos e o direito ao silêncio. Porque a palavra… esta há muito se tornou inútil. (colaboração de Augusto T.P.)
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