Dificilmente vai aparecer em 2008 outro filme com um roteiro tão bem costurado quanto este "Efeito Dominó" (The bank job), baseado na história real do maior assalto a banco da história da Inglaterra. Ocorreu em 1971, em uma agência londrina do Lloyds Bank, por coincidência na mesma Baker Street onde, no número 221-B, morou o lendário Sherlock Holmes, o maior detetive da ficção inglesa, criação de sir Arthur Conan Doyle. Em moeda atual, R$ 135 milhões foram surrupiados de cofres particulares mantidos na agência bancária. Mas o principal não foi a grana... Por 35 anos o roubo do Lloyds foi mantido sob sigilo, por decisão governamental - ao ver o filme você vai entender o porquê. Com o mesmo ritmo ágil dos velhos e bons filmes de assalto a banco, com escavação de túnel e suspense, mas com mais ingredientes ainda: diversas subtramas se encaixam perfeitamente na trama principal e misturam o arrombamento do cofre com escândalos da monarquia, tráfico de drogas, prostituição e corrupção, em uma narrativa sem falhas, com pitadas do humor inglês, pra relaxar. Com baixo custo de produção, interpretado por atores desconhecidos (uma vontade do diretor Roger Donaldson, que preferiu colocar o peso do filme na narrativa e não nas figuras de movie stars), é um programa imperdível. Sempre tão criticada, desta vez a tradução livre do filme acertou: quando você pensa que viu tudo, outra peça aparece. Eu sou capaz de apostar que "Efeito Dominó" será indicado para concorrer aos Oscar/Bafta 2009 na categoria de melhor roteiro original.
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