- " Oh vida, oh céus... como sou infeliz!" já dizia a hiena botafoguense Hardy na época em que o clube da rua General Severiano passou 20 anos sem ganhar nadinha no futebol. Pois foi mais uma vez de velório o ambiente do vestiário botafoguense no Maracanã hoje à noite, depois de encerrada a partida que decidiu a Taça Guanabara de 2008, com o alvinegro carioca brilhantemente sagrando-se bi-vice-campeão. O clima lembrava 16 de julho de 1950. Choradeira geral, no mesmo local. Aos prantos, jogadores, técnico e dirigentes reclamavam pateticamente da atuação do árbitro e tergiversavam sobre a Teoria da Conspiração, como já se tornou praxe nos últimos tempos. Em cena tosca e inédita no futebol brasileiro, o presidente Bebeto de Freitas renunciou ao cargo ao vivo e em cores, na entrevista coletiva às TVs; o professor Cuca ameaçou imitar o presidente e repetir o seu próprio gesto de renúncia na volta de Buenos Aires no ano passado; o senhor Montenegro alegou que o Botafogo era um time de machos que choravam copiosamente frente aos atos repugnantes do árbitro no decorrer do jogo; e um jogador pedia para os torcedores boicotarem a Taça Rio. Pois desta vez somos obrigados concordar com estes chorões. Realmente, Sua Senhoria prejudicou o Botafogo: aos 47 min. do segundo tempo, assistiu impassivelmente aos jogadores do Flamengo evoluirem em contra-ataque tocando a bola de pé em pé desde a sua própria grande área até chegar ao Diego Tardelli que, na frente de dois atarantados defensores alvinegros, ajeitou carinhosamente a pelota e a tocou suavemente para o fundo dos barbantes do goleiro Castilho (um gentleman uruguaio, o inteligente Souza que o diga), para marcar o gol que deu a Taça Guanabara - mais uma vez - para o arquirival rubronegro, que a recolocará no seu devido lugar, que é a sala de troféus da Gávea. Inadmissível! No momento que a bola chegou no Tardelli o árbitro deveria ter imediatamente apitado "perigo de gol", que é o que os botafoguenses esperavam! E depois, no derradeiro lance do jogo, o atacante do Botafogo chutou a bola na trave porque, dizem os botafoguenses, ela foi descaradamente assoprada pelo homem de preto (o camisa treze do Flamengo), que antes já havia usado técnicas de mentalização negativa para fazer com que a bola chutada pelo Wellington Paulista cara-a-cara com o goleiro Bruno fosse bisonhamente isolada. Não é de hoje que este tipo de comportamento parcial dos árbitros tem marcado sistematicamente a imagem do clube da General Severiano, haja vista as decisões do campeonato carioca de 1989, cuja final foi vencida por 1 a 0 pelo Botafogo, com aquele gol de Maurício empurrando Leonardo, do Flamengo e do campeonato brasileiro de 1995, onde um gol mal anulado pelo árbitro Marcio Rezende de Freitas (persona non grata em Vila Belmiro até hoje) deu o título ao Botafogo. Naquelas épocas, os senhores Montenegro e Freitas não reclamaram da arbitragem. E agora? O Botafogo vai fazer o que? Tirar o time de campo? Fazer uma excursão ao exterior até o final do ano? Gente, é só uma partida de futebol, no ano que vem vocês tentam o tri-vice, peçam assessoria ao Eurico Miranda, que é bamba nesses títulos...
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