"Sangue negro" (There will be blood), do diretor Paul Thomas Anderson (de "Magnólia", peça na locadora mas, atenção! é daqueles filmes que você vai adorar ou odiar), tem roteiro do próprio Anderson, que centrou a ação no protagonista do romance "Oil", de Upton Sinclair, que fala sobre a exploração petrolífera no Oeste americano no início do século passado, pós-corrida do ouro na Califórnia. A impactante trilha sonora é assinada por Jonny Greenwood, guitarrista do Radiohead. O filme recebeu sete indicações ao Oscar 2008. É um grande filme, mas nele nada supera a grandiosa presença de Daniel Plainview, o prospector de petróleo magnificamente interpretado pelo Daniel Day-Lewis, que é um perfeccionista capaz de se preparar um ano inteiro para representar um papel no cinema. Pra não deixar ponto sem nó, deram um jeito de quebrar a perna da personagem na mina de ouro do início do filme e o Daniel Day-Lewis puxa a perna direitinho o resto do filme. Não faz a menor diferença para a trama, mas pô!, dar mole pra concorrência e logo pro bonitão George Clooney ("Conduta de Risco"/Michael Clayton)? Day-Lewis vai levar facinho pra casa o Oscar de melhor ator, pra colocar na estante ao lado do outro (por "Meu pé esquerdo"). Apesar do favoritismo do excelente "Onde os fracos não têm vez", dos irmãos Coen, a minha aposta para melhor filme do ano é em "Sangue Negro". Apesar de violento e amargo, é uma história de ascensão e luta a qualquer preço pelo sucesso, coisa que gostam muito lá na Academia de Artes e Ciências Cinematográficas... Acho que também leva o prêmio de melhor edição de som. Obs.: pra quem não entendeu bem a puxadinha de perna, veja no próximo domingo o efeito que um papel de deficiente/doente causa na votação: é bem possível que a Cate Blanchett dance, apesar do show de bola em "Elizabeth - A era de ouro" (Elizabeth - The golden age) e perca o Oscar de melhor atriz para Julie Christie, que interpreta uma velhinha com o mal de Alzheimer em "Longe dela" (Away from her), que ainda não passou no Brasil, nem tem previsão.
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