O estudante secundarista paraense Edson Luiz Lima Souto, que morreu baleado no peito aos 16 anos, no dia 28 de março de 1968, num conflito entre policiais e estudantes no restaurante Calabouço, foi lembrado hoje na inauguração de um monumento em sua memória, no centro do Rio. A sua mãe, com 84 anos e que mora no Pará, veio ao Rio participar da homenagem, além de amigos do estudante da época e de cerca de 200 estudantes de movimentos estudantis como a UJS (União da Juventude Socialista), ligada ao PC do B (Partido Comunista do Brasil), que fizeram passeata (na foto). Também em homenagem a Edson Luiz, no próximo 31 de março, convencionado para lembrar o golpe de 1964 (que, na verdade, ocorreu na madrugada de 1º de abril, mas os militares não queriam vinculá-lo ao "dia dos bobos"), haverá nova passeata até a antiga sede da UNE (União Nacional dos Estudantes), no Flamengo, onde será inaugurada a exposição de fotos "Direito à Memória e Verdade - A Ditadura no Brasil 1964-1985".
O Calabouço (ao lado do Museu de Arte Moderna) era um restaurante popular, mantido pelo governo e destinado a estudantes do interior, vestibulandos e universitários. Desde o incêndio do prédio da UNE, em abril de 1964, o local tornara-se o foco principal de agitação e resistência ao regime militar. De lá partiam as passeatas estudantis que agitavam a cidade e atormentavam os generais. Por causa das condições precárias do restaurante e a má qualidade da alimentação, ele era alvo de críticas permanentes que lhe faziam os seus frequentadores. Foi numa dessas manifestações contra a situação que policiais invadiram o local, investindo contra os presentes e criando uma confusão que culminou com a morte de Edson Luiz. Mais de 50 mil pessoas carregaram o corpo dele até a Assembléia Legislativa e depois seguiram para o cemitério São João Batista, onde ele está enterrado (fonte: Jornal do Brasil e outras)
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