A palavra gol veio do inglês goal, objetivo, mas nenhuma torcida inglesa grita "Goal!" quando seu time marca um tento. Eles urram alguma coisa que, segundo os antropólogos, fica entre o "oh!" de surpresa de um lorde e o "erghflk" do homem de Neandertal. E a expressão gol de placa? - Rio de Janeiro, estádio do Maracanã, 5.mar.61, Torneio Rio-São Paulo, o Santos de Pelé jogava contra o Fluminense de Castilho. Aos 41 minutos do segundo tempo, o Santos vence por 1x0, quando Pelé domina a bola na meia-lua da sua área, lá atrás, na defesa. Ele levanta a cabeça e parte para o gol adversário. Passa por um, dois, três, quatro, cinco, seis adversários e toca a bola para os fundos da rede de Castilho. Uma das testemunhas do memorável gol foi o então jovem cronista esportivo e hoje famoso colunista de economia Joelmir Beting, que voltou para São Paulo e sugeriu que seu jornal, "O Esporte", mandasse fazer uma placa de bronze que eternizasse o extraordinário lance de Pelé. A sugestão foi aceita, Joelmir encomendou a placa, pagou e não foi ressarcido até hoje. No domingo seguinte, a placa foi afixada no saguão do Maracanã e descerrada pelo próprio Pelé, com barbante e toalha de banho servindo de cortininha. Surgia a expressão "gol de placa". Mais tarde, Joelmir, um craque da palavra, diria: "Nunca fiz um gol de placa, mas fiz a placa do gol" (verbete de "A Casa da Mãe Joana 2", ed. Campus, livro de Reinaldo Pimenta). Obs.: a jogada de bicicleta da foto não tem nada a ver com o que foi narrado acima, a não ser a mesma personagem (que com a bola nos pés era o Pelé, mas falando besteira - e como fala! - é o Edson...). Na verdade, esta foto, de um jogo da seleção brasileira, que não sei se gerou um gol, foi usada para uma campanha publicitária do governo (era na época do Médici, do "Brasil: ame-o ou deixei-o") por meio da Petrobrás, que inundou o país com um círculo verde-amarelo: um adesivo com a silhueta do Pelé em amarelo sobre fundo verde.
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