A eleição para a Prefeitura do Rio se candidata a ser a mais interessante do país. No fim do ano passado, os rivais Cesar Maia e Sérgio Cabral acertaram aliança para lançar uma candidata única, a deputada Solange Amaral (DEM). No início do mês, Aécio Neves e José Serra dobraram o tucanato local para apoiar Fernando Gabeira (PV). No mesmo período, o senador Marcelo Crivella (PR) conseguiu convencer o então líder das pesquisas, o apresentador Wagner Montes, a continuar na TV Record e apoiá-lo. Ontem, foi a vez de Lula obrigar Cabral a romper o acordo com Cesar Maia e apoiar o desconhecido deputado petista Alexandre Molon. Confuso, não é verdade? Deixe-me tentar simplificar as chances de cada um: Crivella – O ex-bispo da Igreja Universal lidera as pesquisas com coisa de 20%. Sofre enorme rejeição do eleitorado católico e da zona sul, mas tem amplo apoio na zona oeste. Contratou o publicitário Duda Mendonça e terá o tempo de TV do PTB, de Roberto Jefferson. Seu melhor cenário é chegar ao segundo turno contra um adversário de Lula (Solange Amaral ou Fernando Gabeira) e arrastar o presidente para o palanque. Gabeira – É o candidato da zona sul, mas sofrerá uma campanha pesada por suas posições a favor dos direitos dos homossexuais e consumidores de drogas. Seu melhor cenário é disputar um segundo turno contra Crivella e apelar para o histórico liberal da cidade. Molon – É o representante dos ”igrejeiros” do PT carioca – a ala mais raquítica da seção mais fraca do PT em todo o país. Na prática, Molon só se torna um candidato viável se contar com o empenho de Sérgio Cabral em elegê-lo. E Cabral só vai entrar na disputa se Molon for viável. Se chegar ao segundo turno contra Gabeira ou Solange, Lula sobe no palanque. Solange – A candidata de Cesar Maia perdeu o precioso tempo de TV do PMDB e a neutralidade de Sérgio Cabral. Vai depender de que os eleitores cariocas esqueçam o Cesar Maia de hoje (desgastado pelo aumento do IPTU e pela epidemia da dengue) e se concentrem nos 12 anos de gestão do prefeito. Seu melhor cenário é chegar ao segundo turno contra Crivella e criar uma frente antievangélica. Jandira Feghalli – A ex-deputada do PCdoB tem um ótimo recall de sua campanha ao Senado, mas não tem estrutura e tempo de TV. É a zebra (Thomas Traumann, colunista político da revista Época, edição 514, 24.mar.08).
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