domingo, 23 de março de 2008

Cem anos do Modelo T

Apresentado em 01.10.1908, ainda em atividade no século XXI (clique na foto para ampliá-la), a história da indústria automobilística deve ser contada antes e depois do Ford modelo T. Apelidado no Brasil de "Ford de Bigode" por causa das duas alavancas opostas junto ao volante (o acelerador e o avanço da ignição), foram produzidas 15.007.003 unidades (picapes, camionetes, cupês e sedãs) durante 19 anos (1908/27), recorde batido pelo Volkswagen Sedan em 1972 (no total foram 21.529.464 fuscas). A fabricação do modelo T ganhou notável incremento a partir de 1913, quando Henry Ford, inspirado nos processos produtivos dos revólveres Colt e das máquinas de costura Singer, implantou a linha de montagem e a produção em série, revolucionando a indústria automobilística. A partir daí o preço de venda do carro caiu de US$ 890 para US$ 290 no último ano de produção. O segredo de Henry Ford foi o de fazer um veículo resistente, simples e que não exigia ferramental complexo. A partir de 1915, para cortar custos, todos foram pintados exclusivamente na cor preta: - "Faço carros de todas as cores desde que sejam pretos", dizia Henry Ford. Segundo Eduardo Burgos, engenheiro da fábrica brasileira, o modelo T, apelidado de Tin Lizzie (lata barata), tinha até cabeçote do motor removível, facilitando a manutenção. Em vez de uma caixa tradicional com engrenagens cilíndricas que eram ruidosas e se desgastavam, foi adotado um sistema planetário onde as engrenagens se encaixavam uma nas outras, de acordo com o acionamento do pedal, usando o mesmo princípio da transmissão automática, com duas marchas para a frente e a ré. Nos componentes do motor de 4 cilindros (2894 cm3) foi usada uma liga de aço especial, vanádio, que reduziu o peso e, para tornar a direção menos pesada, foi criado um sistema parecido com o da transmissão, abaixo do cubo do volante. Apoiado no chassi, tinha base da mesma madeira das rodas. Numa época sem injeção eletrônica, a alimentação, concorda o engenheiro, era um ponto de destaque - tanque a vácuo só surgiu nos anos 30 - mas havia outros: -"A versão de 1919 vinha com faróis elétricos, mas como a ligação era em série, quando uma lâmpada queimava, a outra não funcionava. Por isso, os lampiões a querosene como reserva para o farol" - afirma. Por muito tempo o T só teve três portas, já que a do motorista não abria. Por isso, o estribo desse lado tinha a caixa de ferramentas. O declínio veio quando o mundo descobriu a velocidade. Os 20 cavalos já não eram o bastante, nem a velocidade máxima de 55 km/h. Surgiu então o modelo A, mas aí já é assunto para outra postagem... (fontes: Jornal do Brasil e internet).

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