Faleceu Sir Arthur C. Clarke, ontem, aos 90 anos, no Sri Lanka, onde morava há 50 anos e onde será enterrado hoje, sem serviços religiosos, a pedido dele. Junto com Isaac Asimov e Ray Bradbury, Clarke é considerado um dos expoentes da ficção científica, autor de obras que marcaram o gênero. Uma delas, o conto "A Sentinela" (1951), deu origem a um dos filmes-chave da sci-fi, o incensado "2001: Uma odisseia no espaço" (2001: A Space Odyssey), realizado por Stanley Kubrick com a consultoria de Clarke, cujo final até hoje é discutido por suas implicações de cunho religioso, o que é paradoxal haja vista Clarke ter sido um ateu convicto. O cultuado "2001" foi indicado para três Oscar em 1968: "melhor diretor", "melhor roteiro" e "melhores efeitos visuais", tendo conquistado este último. Mas o êxito nos cinemas foi tal que Clarke se viu de algum modo "forçado" a transformar o conto num romance, a que deu o título já consagrado pelo filme. Nascido em 1917, na Inglaterra, desde criança foi apaixonado pela astronomia e, em 1949, o apartamento onde morava converteu-se no centro de operações da Sociedade Interplanetária Britânica, a qual viria a presidir. Além da ficção, Clarke escreveu mais de 100 obras científicas e filosóficas nas quais procurou determinar o lugar do Homem no Universo. Clarke introduziu conceitos que viraram "moeda corrente" na Tecnologia. Numa de suas obras, "Can Rocket Stations Give Worldwide Radio Coverage?" (1945), o escritor lançou a idéia pioneira de que satélites geo-estacionários poderiam ser excelentes centros de telecomunicações. Em 1969, já considerado o principal "profeta" da era espacial, Clarke (juntamente com o astronauta Wally Schirra) foi convidado pela CBS para narrar "ao vivo" a histórica chegada da Apolo XI à Lua, em 20 de julho, um programa que foi visto por milhões de telespectadores, muitos dos quais incrédulos ao ver pela TV a marca da bota de Neil Armstrong na poeira lunar.
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