sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Monte Roraima: a maior montanha plana do mundo

Publicado em Obvious, Recortes, por Diana Ribeiro

Na América do Sul, o monte Roraima, um dos mais altos planaltos da região, tem duas características pouco comuns: além de se estender por três países (Venezuela, Brasil e Guiana), é completamente plano. Alvo de lendas e superstições, é tema de documentários sobre a Natureza, explorações científicas e escaladas para os mais aventureiros.
Está entre as formações geológicas mais antigas da Terra, quando os continentes ainda nem estavam separados, há cerca de dois bilhões de anos. O Monte Roraima foi ganhando este aspecto devido à ação do vento e da chuva, que foram “moldando” as suas rochas.

Situado num terreno montanhoso rodeado por outros imponentes montes, faz parte do chamado grupo Tepuis. Este grupo caracteriza-se pela sua forma natural: praticamente plana, como se os seus montes fossem mesas. Com uma extensão de 31 km2, está distribuído entre três países: no sul da Venezuela, no extremo norte do Brasil e no oeste do Guiana.

O Roraima sempre despertou interesse e curiosidade. Há várias lendas antigas e mitos desde os primeiros povos que habitavam nas redondezas. Descrito pela primeira vez apenas em 1596, por Sir Walter Raleigh, foi também fonte de inspiração ao criador do famoso detective Sherlock Holmes, Arthur Conan Doyle, para a sua obra de 1912 O mundo perdido.

Em 2006, uma equipe de cientistas partiu numa exploração às recentemente descobertas grutas de Roraima. Um ano depois, retornariam com alguns apoios por parte da NASA, para uma maior investigação sobre micróbios encontrados nas paredes das grutas que poderiam trazer pistas sobre a vida noutros planetas.

As primeiras escaladas, subidas e descidas pela montanha datam de 1884. Sir Everard Ian Thurn, após várias tentativas de chegar ao topo, encontra finalmente um caminho pelas encostas. Apesar do difícil e íngreme acesso, foi o primeiro tepui a ser escalado. Hoje em dia, é esse o percurso mais usado pelos aventureiros que procuram uma experiência diferente.

Alcançar e percorrer os 90 km do cume não é tarefa fácil. Pode levar dois dias até lá e sete dias para uma “exploração” total de toda a área. A caminhada começa do lado venezuelano. Na aldeia indígena de Paraitepuy, próxima da zona, é possível encontrar um guia para acompanhar a viagem, já que as nuvens e o tempo chuvoso podem levar alguém a perder-se no caminho. Para além da maravilhosa vista, da diversa fauna e flora que Roraima oferece, o ponto alto é a “Pedra Maverick”, que se assemelha a um modelo de automóvel dos anos 70. Os milhões de litros de água que escorrem pelo monte formam riachos e quedas de água de 979 m - entre elas, “Santo Angel”. Esta é a única maneira de chegar, sem recorrer ao uso de equipamentos de alpinismo. Do lado da Guiana e do Brasil, devido às falésias que rodeiam o monte, é impossível contorná-lo sem esta ajuda. Para protegê-lo, foi transformado em 1989 em Parque Natural.
Até aqui, tudo bem. O problema será quando a Rede Globo resolver fazer uma reportagem sobre o monte. Desde moleque eu ouço a pronúncia "Rorãima", mas a Venus Platinada insiste no "Roráima"... Quem inventa esses modismos da Rede Globo?

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