O Lamborghini Aventador, apresentado em março no Salão do Automóvel de Genebra, segue a tradição da marca: carrega o nome do touro que, em outubro de 1993, foi premiado na tourada de Zaragoza por sua coragem, considerada excepcional. Entretanto, mais que tradição, tecnologia e design fazem dessa muito mais que uma simples macchina. A pergunta é: você se considera digno para dirigi-la?
“Lamborghini, você pode saber dirigir um trator, mas jamais saberá dirigir um Ferrari!” Se Enzo Ferrari pudesse prever as consequências desta sua resposta à reclamação de Ferrucio Lamborghini sobre o sistema de embreagens da Ferrari, talvez o mundo perdesse uma das mais lendárias disputas da indústria automobilística e teria — certamente — menos paixão e beleza. O touro surgiu da determinação em superar o cavalo: “Então criarei os meus próprios carros”. A história da Automobili Lamborghini S.p.A. pode ser assim resumida em poucas palavras: as outras não eram boas o suficiente.
Para substituir o Murciélago, que por 10 anos foi o principal destaque da linha da Lamborghini, o Aventador é um touro que vem com um novo motor V12 de 6.5 litros — o segundo a ser desenvolvido em casa, na fábrica de Sant'Agata Bolognese — e doma 700 cavalos de potência. Vai de 0-100 km/h em 2.9 segundos, chegando até a velocidade máxima de 350 km/h e emite 20% a menos de CO² que seu antecessor.
A carroceria, construída principalmente à base de fibra de carbono e suspensão double wishbone de alumínio, torna o bólido mais leve (1.575 kg em comparação aos 1.650 kg do Murciélago). Uma das novidades vindas das pistas de corrida: o amortecedor central dianteiro reduz a oscilação, proporcionando mais conforto aos passageiros. Um câmbio automático de sete marchas oferece àquele que ousa enfrentar o Aventador trocas em até 50 milissegundos, seja em um dos três modos manuais ou um dos dois automáticos.
Com poucos opcionais, a limitada série de produção de 4 mil unidades (o Murciélago teve 4.099 unidades produzidas) começa a ser entregue agora em julho, mas a lista de espera já tem pelo menos um ano para novos pedidos — afinal, o amor não tem pressa e pode esperar. O touro é assim: belo e selvagem, mas inacessível aos impacientes. (Artigo publicado em Obvious Motores por Michelli Lorenzi)
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