Às vésperas do GP da Alemanha a se realizar no próximo domingo, 24 de julho, no autódromo de Nürburg (Nürburgring), entre Frankfurt e Colônia, muito se tem comentado a respeito da tradição que envolve o local desta etapa da F1. De 1951 a 1976, Nürburgring foi a pista que sediou a etapa alemã da categoria, com exceção de 55 e 60, quando não houve corrida oficial, e 59 e 70, quando a prova foi realizada em Avus e Hockenheim. Naquela época, os pilotos corriam no estreito, desafiador e perigosíssimo traçado de 22,8 km de Nordschleife e Juan Manuel Fangio - o "Manco de Balcarce" conhecia como ninguém os segredos do “Inferno Verde”.
Por isso, relembramos hoje a última e, possivelmente, melhor vitória da carreira do pentacampeão na F1, em 1957. Naquele ano, Fangio competia pela italiana Maserati e dominava o campeonato com três vitórias em cinco etapas oficiais. Porém, na Alemanha, as Ferrari de Mike Hawthorn e Peter Collins se mostravam muito competitivas.
No treino classificatório, Maserati e Ferrari intercalaram a primeira fila (que era formada por quatro carros), com Fangio, Hawthorn, Jean Behra - companheiro de Juan Manuel – e Collins. As Ferrari largaram melhor e assumiram as duas primeiras posições, com Fangio em terceiro. Como seu carro possuía um tanque de combustível menor, o argentino teria de fazer um reabastecimento durante a prova e precisava ultrapassar a dupla e abrir vantagem para ter chances de terminar à frente.
Durante a terceira volta, o então tetracampeão deixou para trás os ferraristas e começou a abrir vantagem, quebrando o recorde de volta mais rápida em Nordschleife seguidas vezes. Da terceira à 11ª passagem, Fangio abriu 28s dos rivais, o que ainda era insuficiente para mantê-lo na liderança após a parada. Mas o argentino não tinha escolha e procurou os boxes, para uma bizarra sessão de pitstop, já que, naqueles tempos, o piloto saía do carro para que os mecânicos trabalhassem.
O responsável pela troca do pneu traseiro esquerdo teve problemas em soltar a porca da roda, o que custou quase 30s no tempo total de parada. Fangio retornou à pista 45s atrás de Hawthorn, que, comboiado por Collins, já devia dar como certa a vitória. Mas Fangio iniciou uma incrível e quase suicida reação, andando no limite pelas traiçoeiras curvas de Nordschleife por nove voltas seguidas. A cada giro, o recorde da pista era baixado em média de 2s a 3s e a distância para a liderança caía de 5s a 8s. Na 20ª de 22 passagens, Fangio cravou 9min17s4, tempo que era 23s2 mais rápido que a melhor volta registrada no ano anterior.
Nessa mesma volta, o argentino ultrapassou pela segunda vez os adversários da Ferrari e garantiu a 24ª e última vitória na carreira - a terceira em Nürburgring -, e o seu quinto e derradeiro título mundial da F1. Foi o último e talvez maior momento de brilho de um dos maiores nomes da história do automobilismo.
Juan Manuel Fangio (Balcarce, 24.jun.11 — Buenos Aires, 17.jul.95) correu 51 grandes prêmios na Fórmula 1, obteve 24 vitórias, 29 pole positions, 23 recordes de volta, cinco títulos mundiais (1951, 1954, 1955, 1956 e 1957) e dois vice-campeonatos (1950 e 1953) em oito temporadas que disputou. Fangio correu em quatro escuderias: Alfa Romeo (1950-1951), Maserati (1953-1954), Mercedes (1954-1955), Ferrari (1956) e Maserati (1957-1958). É o único piloto da história da Formula 1 que foi campeão com quatro escuderias diferentes: Alfa Romeo, Maserati, Ferrari e Mercedes-Benz. Fangio tinha o apelido "El Chueco" (O Manco), que recebeu em partidas amadoras de futebol, por ter as pernas arqueadas. (Colaboração de José R.C.B.)
Um comentário:
Linda postagem!!!!!
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Abraços
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